sábado, 24 de dezembro de 2011

Cultura

Tristeza: a livraria fechou
Havia uma simpática livraria ali na rua Vereador José Diniz, ao lado da famosa padaria Santa Marcelina. Comprei alguns livros lá, fiz amizade com o pessoal da casa, que até me convidou para fazer com eles o primeiro lançamento do meu livro “Periferia da História”. Estava nos meus planos. O lugar era simpático, tinha estacionamento (sem cobrança), a padaria para dar suporte saboroso...
Hoje, dia 24 de dezembro, vi com tristeza tudo fechado e a faixa: “Aluga-se”.
Fiquei pensando... Pobre país, onde uma livraria charmosa (fora das grandes redes) não consegue sobreviver. Que inveja de Buenos Aires (veja que eu não disse Argentina), que com suas mil e tantas livrarias suplanta com folga o total que temos em todo o Brasil. Que abissal diferença cultural. E depois tem gente que ainda chama os argentinos de arrogantes. Deveriam é festejar a cultura daquele povo, que é também, como conseqüência, infinitamente mais politizado do que o nosso.
Há anos sempre digo que o livreiro é um idealista. Investir um capital numa livraria realmente requer coragem. Melhor é pavimentar o terreno e transformar em estacionamento, cobrando 10 reais na primeira hora... Porque o nosso povo gosta é de carros e não de livros. O sujeito não tem vergonha de contar que jamais leu algum livro. Mas se orgulha do carrão...

3 comentários:

  1. Caro jornalista Milton Saldanha!
    É realmente desalentador saber que mais uma livraria não resistiu a falta de leitores.
    No município que resido desde 2002, Diadema-SP, foi inaugurado no ano de 2009 um Shopping Center com sete salas de cinema. Acho melhor você saber deste fato sentado... As sete salas de cinema apresentam filmes estrangeiros dublados, sob a alegação que o público para filmes legendados não é relevante[sic].
    Caloroso abraço! Saudações exasperadas!
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

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  2. Caro professor João Paulo, fico imaginando a "qualidade" dos filmes que empurram para os jovens comedores de pipocas nos shoppings. Deve ser violência o tempo inteiro, ensinando o pior.
    Abraço!
    Milton Saldanha

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  3. Milton, já fui dona de livraria nos anos 70. conseguimos sobreviver por 3 anos, não mais. e olhe que estávamos na Iguatemi! Quando tivemos que deixar o imóvel, abriu lá uma loja/restaurante especializado em crepes. Sucesso de mercado: está lá até hoje!! Eu devia tirar uma lição disso, mas não quero me deprimir...

    abraços e bom ano!!

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