domingo, 18 de dezembro de 2011

Economia doméstica

Abomináveis caixinhas de Natal
Por sugestão do amigo professor João Paulo de Oliveira, de Diadema, hoje vou comentar um pouquinho sobre essas abomináveis caixinhas de Natal. Primeiro, explicando meu critério estritamente pessoal para avaliar o valor das coisas: meu conceito de caro ou barato toma por base quanto ganho por dia, somando aposentadoria com a pequena renda média do meu jornal de dança. Pronto, tenho um critério. Ou seja, quantos dias de “renda” tenho que investir para comprar determinado bem. Pode me custar um dia, ou um mês. Ou vários meses. E assim controlo meu orçamento, sem riscos de dar passos maiores do que minhas reais possibilidades. Graças a isso há muitos anos não sei o que é ter dívidas. E mais: compro tudo à vista, chorando descontos. Até carro compro assim, esperando alguns meses até juntar todo o dinheiro. E minha casa, pasmem, paguei totalmente em apenas dois anos, quitando em 1980. É uma maravilha não ter dívidas, não ficar pendurado no cartão de crédito (fuja dele!), nem no cheque especial com esses juros abusivos dos bancos.
O que tem isso a ver a caixinha de Natal? Tudo. Porque rompe seu orçamento, sua organização. Some as caixinhas do carteiro, do apontador da luz, da água, lixeiro, pedinte na porta, guarda da rua, cunhado desempregado... Vai longe, amigos. Você estará investindo alguns valiosos dias do seu orçamento, se não tomar cuidado. E deixará de atender suas próprias necessidades, entre as quais se inclui família e entes mais íntimos e queridos.
Resumo: não dou caixinhas. Acho isso um péssimo hábito. Porque é inclusive uma forma de corrupção. As pessoas citadas, fora o desempregado, ganham salários. Se não é bom, que deixem de ser covardes e aprendam a lutar por melhorias, como fiz em toda minha vida. Na maior parte das vezes em que arrisquei pedir aumentos, consegui. Se tivesse ficado encolhido, com medo, não teria conseguido. Logo, não vou complementar com caixinhas os ganhos de quem não sabe lutar por seus próprios direitos. Isso gera neles acomodação. Fica prático, os outros pagam!
Não eu.
Prefiro fazer contribuições, dentro das minhas possibilidades, em esquemas de pessoas confiáveis. Neste ano, por exemplo, ajudei num fundo para compra de presentes para crianças carentes. Esse sim é um dinheirinho bem empregado, que me deixa feliz em contribuir. Outra idéia, mais interessante do que dar dinheiro, é comprar um estoque de determinado brinde, de pequeno custo, e distribuir. Alguns não gostam, querem é grana. Mas aí o problema é deles.
Beijos!

  

2 comentários:

  1. Complementando: fora o caso de crianças, que são indefesas, o assistencialismo deve ser sempre avaliado com cautela. Cada caso é diferente. Caixinha, por exemplo, é uma forma de assistencialismo, e nociva. Tira do individuo a iniciativa de buscar conquistas com sua própria luta. O sujeito não sente vergonha quando fura uma greve por aumento de salário. Mas tem a cara de pau de pedir caixinha, porque não é ao patrão. Ou estou mentindo?
    Abraços!
    Milton Saldanha

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  2. Prezado jornalista Milton Saldanha!
    Agradeço sua atenção em trazer à baila a questão das detestáveis caixinhas de Natal.
    Apesar de ser contrário acabo contribuindo, mas não faço de maneira espontânea...
    Se analisarmos racionalmente não faz sentido uma contribuição extra para serviços que pagamos com regularidade. Fica a impressão que os prestadores de serviços estão fazendo um favor.
    Caloroso abraço! Saudações sem caixinhas!
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

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