quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Educação

Criança prodígio. Que crime.
Tenho horror a crianças geniais, que pulam a infância e se tornam “adultas” antes do tempo. Pior é quando os próprios pais incentivam isso. Conheço um caso, e sempre me incomoda. É um casal de dançarinos de salão que coloca a garotinha a dançar nos bailes dos adultos. O cara fica dançando com a menina, ensinando passos, tentando criar uma artista, é óbvio. E assim transfere suas fantasias e frustrações, já que ele próprio não conseguiu isso, para a pobre criança.
Certa vez, num festival de dança em Floripa, fiquei estarrecido com a presença de uma garotinha, realmente muito pequena, que se vestia como as moças, inclusive com salto, maquiagem, etc. E dançava como as moças. Uma coisa chocante. Porque uma criança assim perde sua infância. E corre o risco de viver experiências sexuais prematuras, antes do tempo, com tudo de ruim que isso possa lhe acarretar no futuro. Não se trata de moralismo. Apenas não se pode esquecer que tudo tem seu tempo, e quando feito de forma adequada trará felicidade e não traumas.   
Hoje os pais adoram criar pequenos gênios. E dê-lhe curso de inglês, música, judô e o escambau, fora as aulas normais que a criança já tem que freqüentar. O monstrinho começa a achar que é realmente um gênio e fica insuportável. Quando adulto, caindo na real de que não é nada disso, vai sofrer.
Por favor, deixem que as crianças vivam a infância total, com alegria, com as brigas normais, com os pequenos acidentes e arranhões. Enfim, com o aprendizado das suas próprias vivências e experiências. Estas serão felizes e mentalmente saudáveis.

Um comentário:

  1. Caro jornalista Milton Saldanha!
    Esta pertinente crônica, de sua lavra, me fez lembrar como as crianças padeciam na Idade Média, porque eram considerados adultos em miniatura.
    Teve um ator mirim, no tempo do cinema mudo, que não lembro o nome agora, que ganhou muito dinheiro, mas não usufruiu, porque a família se apropriou do dinheiro...
    Na contemporaneidade sofrem nas mãos de adultos frustrados...
    Caloroso abraço! Saudações infantes!
    Até breve...
    João Paulo de Oliveira
    Diadema-SP

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